sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando Deve haver Dublagem, Esperamos Qualidade

Muitas produções precisam ser dubladas. E por mais que seja interessante assistir uma animação em áudio original, confesso que aprecio mais em dublagem nacional (com exceção das produções japonesas que são infinitamente melhor dubladas em áudio original mesmo).

Mas mesmo as dublagens nacionais precisam de um mínimo de cuidado, o que não ocorre no Brasil. Hoje os dubladores profissionais e os estúdios preocupados com um trabalho de qualidade são colocados de lado por causa dos prazos curtíssimos para a entrega do material e também por agradar "estrelismos" incompreensíveis da nossa mídia. Veja por exemplo como seria a dublagem do filme Enrolados com um dublador nacional de verdade, um profissional que usa a voz como real instrumento de trabalho; e o filme como foi distribuido no Brasil, depois que os responsáveis acharam melhor o protagonista ser dublado por... Luciano Huck. É óbvio que o trabalho deste último é lamentável. Sem um trabalho adequado de voz nas cenas; descaracterização do personagem e o pior: a mesma inflexão de voz para todas as situações, ridícula empolgação do início ao fim.
Tire suas conclusões sobre as dublagens nacionais.




OS Malefícios da Dublagem




Os malefícios da dublagem
by Pablo Villaça 30. agosto 2011 03:36
(Update: Quando estou errado, estou errado. Não há como discutir. Depois de algumas horas desde a publicação deste post, percebi que a principal objeção feita a ele pelos poucos que discordam diz respeito não aos argumentos que apresentei, mas ao tom que empreguei. Classificar como "medíocres", "ignorantes", etc, aqueles que gostam de dublagem acabou afastando pessoas que, de outra maneira, poderiam avaliar os argumentos pelo que são, não pela raiva pontual com que os defendi. E querem saber? Estas pessoas estão corretas. Meu tom agressivo em nada ajuda os pontos que estou tentando estabelecer, além de ser desnecessário e, em última análise, infantil. Assim sendo, desculpo-me pela adjetivação excessiva e pelas hipérboles atiradas aqui e ali e peço que se concentrem nos argumentos, não na intolerância e radicalismo que exibi em determinados pontos.)


Na última sexta-feira, O Planeta dos Macacos: A Origem chegou aos cinemas brasileiros com um anúncio preocupante feito pela Fox: o filme seria lançado com mais cópias dubladas do que legendadas em nossas salas. Reparem que estamos falando de um longa com classificação indicativa "12 anos" e que, portanto, esta decisão nada tem a ver com o conceito de torná-lo "acessível" aos espectadores mais jovens. Não, a ideia era atender a um público adulto que rechaça legendas - não por problemas físicos (falarei disto adiante), mas por simples preguiça de ler. Sim, os defensores da dublagem usam argumentos dos mais diversos (que contestarei abaixo), mas, no fundo, a questão é uma só: preferem a comodidade de assistir a um filme que não os obrigue a praticar o que aprenderam na alfabetização. Afinal, se já fugiram das bibliotecas, por que deveriam ser encurralados por letras nas salas de cinema?
Obviamente que os dublófilos não assumem isto, mas, pessoalmente, jamais encontrei alguém que tivesse o hábito da leitura e reclamasse de legendas. Assim, perceber que são estes espectadores medíocres e preguiçosos que estão sendo levados em consideração pelas distribuidoras, passando a moldar a experiência cinematográfica de todos aqueles que de fato amam esta Arte, é algo que me revolta absurdamente. Especialmente quando observo que, em sua defesa, apresentam os mais estapafúrdios argumentos - e antes de explicar por que a dublagem é nociva aos filmes, irei me deter nas "defesas" apresentadas por este contingente pró-mutilação.


1) E quem não sabe ler? Não tem direito de ir ao cinema?
Além de estúpido, este é  um argumento repleto de cinismo, usando a população analfabeta do país como desculpa para defender sua própria preguiça de ler. Aqui a questão é simples: seja por questões culturais, sociais ou simplesmente econômicas (quem não sabe ler geralmente não tem o melhor dos salários), arrisco-me a dizer que menos de 0,01% daqueles que vão às salas de cinema são analfabetos. Justificar a necessidade de dublagem em filmes exibidos nas telonas através do argumento da "acessibilidade" é uma besteira - e mesmo que um grupo significativo de iletrados tivesse o hábito de conferir os lançamentos da semana, isto não justificaria a desproporcionalidade crescente entre cópias dubladas e legendadas.
O fato é que pessoas sem educação formal têm acesso aos filmes normalmente pela TV aberta - onde 100% das produções são dubladas. Assim, é justo dizer que esta parcela da população já está sendo mais do que atendida - especialmente considerando que praticamente todos os lançamentos em DVD já vêm com a opção da dublagem (e a palavra-chave aqui é "opção"). Considerando que estas são as formas economicamente mais acessíveis de se assistir a filmes de todas as épocas, gêneros e países, é incontestável que a população analfabeta (seja este analfabetismo real ou funcional) não está sendo excluída do acesso à Sétima Arte - e eu, como amante do Cinema, jamais defenderia que isto ocorresse.


2) E os deficientes visuais? Não podem ir ao cinema?
Claro que podem. Mas, novamente, não creio ser justo que uma minoria absoluta seja responsável por moldar a maneira com que a maioria irá experimentar os filmes. Além disso, há duas questões complexas relacionadas ao tema: em primeiro lugar, há o fato óbvio de que Cinema é uma mídia visual. Há ótimos projetos de áudio-descrição em vigor, mas estes envolvem salas específicas em sessões específicas - exatamente como deveriam ser. Sim, ainda têm pouco alcance, apoio e divulgação, mas a saída não é a dublagem - ao contrário, já que esta não resolve a questão fundamental de explicar ao espectador cego o que está ocorrendo na tela. Neste sentido, aliás, a simples dublagem é um obstáculo para os deficientes visuais, já que as distribuidoras podem alegar que já atendem a esta comunidade através do áudio em português, deixando de investir na produção de trilhas de áudio-descrição.
Há, também, o fato de que a experiência de ir ao Cinema é única justamente em função do mergulho sensorial oferecido pela sala - e, neste, o mais importante reside justamente no tamanho da tela e da imagem. Ora, para o deficiente visual, este é um fator nulo por definição, o que torna curiosa a insistência daqueles que os usam como desculpa para a dublagem. Por outro lado, os mesmos que defendem ferrenhamente o acesso dos deficientes visuais acabam ignorando sem dó alguma uma outra parcela importante da população: os deficientes auditivos. Na última semana, não por coincidência, recebemos email de uma leitora surda que reclamava justamente da oferta cada vez menor de cópias legendadas que permitiam sua ida às salas de exibição - sendo que, pela própria natureza do Cinema, faz infinitamente mais sentido facilitar o acesso dos deficientes auditivos aos filmes em tela grande do que o dos deficientes visuais. Sim, seria ótimo se todos pudessem ser atendidos - mas, repito, a solução para os deficientes visuais reside não na dublagem, mas na audio-descrição.


3) Pobrezinhos dos dubladores! Você quer tomar o ganha-pão da categoria? Além disso, temos os melhores dubladores do mundo!
Jamais questionei a competência de nossos dubladores - ao contrário: em várias ocasiões, afirmei que temos, sim, alguns dos melhores profissionais do ramo. Além disso, em vários textos elogiei os trabalhos de figuras como Guilherme Briggs e Garcia Junior, chegando até mesmo a publicar um texto defendendo a reserva de mercado para os profissionais do ramo, que vêm perdendo papéis para "celebridades" de maneira vergonhosa. Porém, por mais que reconheça o talento destes profissionais, há algo que, por melhor que sejam, eles jamais conseguirão contornar: o fato de que a dublagem, por natureza, distorce, deforma e prejudica a obra de arte original - especialmente tratando-se de longas envolvendo atores de carne-e-osso (explicarei as razões a seguir).
Além disso, não se preocupem com os dubladores: o que não falta a eles é trabalho. Séries de tevê, animações (para cinema e televisão) e praticamente todas as produções lançadas em home video contam com suas versões dubladas - e jamais me coloquei contra a opção de que estas trilhas em português façam parte dos discos. Aliás, o que ocorre é justamente o contrário: como um número cada vez maior de projetos vem recebendo versões dubladas, o que ocorre é uma verdadeira enxurrada de trabalhos, obrigando os estúdios de dublagem a se desdobrarem para atender a demanda - o que resulta em uma qualidade cada vez mais duvidosa das trilhas em português.
Aliás, aproveito para reafirmar o cinismo daqueles que defendem a dublagem usando a desculpa do "mercado de trabalho dos dubladores": por que não se manifestam com relação aos salários dos professores? Ou dos médicos da rede pública? Ou dos garis? Vocês realmente acham que convencem alguém com este falso altruísmo? Menos hipocrisia, por favor.


4) As legendas "atrapalham" o filme.
Deixei este "argumento" por último por considerá-lo o mais estúpido de todos. Em primeiro lugar, o óbvio: então as legendas atrapalham a apreciação do filme, mas ouvir uma voz completamente diferente da original e em absoluta falta de sincronia com os movimentos labiais é algo que não incomoda? Mesmo? Há quem realmente seja capaz de alegar que a legenda seja uma distração maior do que a dublagem, do que ouvir, sei lá, o Bruce Willis falando com sotaque paulista e dizendo "Pombas!"?
Sinceramente, eu poderia encerrar por aqui, mas irei além: só se atrapalha com a legenda quem não tem o hábito da leitura. (Antes que alguém cite os deficientes visuais: ler item 2.) Meu filho Luca, que tem apenas oito anos de idade, já vem assistindo a filmes legendados há pelo menos um ano - e com cada vez mais naturalidade e facilidade. Assistiu a Harry Potter 7.2 nada menos do que quatro vezes nos cinemas e, em todas as ocasiões, em sua versão legendada - por opção. Também conferiu desta maneira O Planeta dos Macacos e uma infinidade de outros títulos em DVD e blu-ray - de Quanto Mais Quente Melhor a Banzé no Oeste, passando por Assassinato por Morte, Star Trek e a série Alien. E riu, sentiu medo e aproveitou cada filme ao máximo, sem se importar com as legendas.
Aos oito anos de idade.
Ora, sou um pai coruja como qualquer outro, mas jamais me atreveria a dizer que Luca tem superpoderes que o tornam mais apto a ler legendas do que espectadores com 15, 20, 30 ou 40 anos de idade.
O mesmo vale para mim: não apenas leio as legendas como faço anotações durante os filmes - e qualquer um que leia meus textos será obrigado a reconhecer que, concordando ou não com o que escrevi, sou suficientemente capaz de absorver o que está na tela a ponto de citar exemplos específicos de movimentos de câmera, cortes, detalhes de fotografia, gestos de atores e assim por diante. E, sim, leio as legendas mesmo quando domino a língua original (se estiver assistindo a um filme brasileiro com legendas em português, não consigo evitar acompanhá-las).
Assim, quando ouço/leio alguém dizer que as legendas "atrapalham" a compreensão do filme ou a plena "apreciação das imagens", imediatamente faço uma anotação mental e coloco a pessoa na prateleira daquelas que simplesmente não têm o hábito da leitura e que, por preguiça intelectual, querem obrigar todo o resto da população a abandonar as letras. Quer defender a dublagem? Ao menos use uma desculpa que não denuncie algo triste sobre seus hábitos culturais.
Repito: oito anos de idade.
No entanto, não sou simplesmente contra a dublagem; sou também entusiasmadamente a favor da manutenção da língua original nas produções de cada país. E por algumas razões fundamentais:


1) A qualidade técnica:
Faça um teste: ao assistir a um filme dublado que traga parte do áudio original (numa canção ou através de personagens que conversam numa língua diferente daquela usada pelo protagonista), feche os olhos e preste atenção no som. Percebeu a diferença? Claro que sim. Aliás, você teria percebido mesmo ao manter os olhos abertos, já que a disparidade é gigante.
Isto se deve a uma questão técnica tão importante para o Cinema que a Academia criou uma categoria especial para premiá-la no Oscar: a da mixagem de som (ou Melhor Som).
Cada filme envolve, em sua pós-produção, um trabalho árduo e extremamente detalhista de combinação das diversas trilhas que trazem os vários elementos sonoros da produção: os diálogos, os ruídos, as trilhas incidentais e instrumentais e até mesmo o som ambiente, do silêncio, de cada set. Esta mixagem requer um estudo delicadissimo do nível preciso de cada faixa em cada segundo de projeção - um trabalho que, nas versões dubladas, tem seu equilíbrio arruinado quando os estúdios brasileiros atiram uma destas faixas fora para substituí-la pela versão em português.
Não acredita? Então coloque um DVD no seu player e repasse cenas inteiras em suas versões originais e brasileiras; se não perceber a diferença gritante da mixagem em cada uma delas, consulte urgentemente um otorrino.


2) A suspensão da descrença:
Já é suficientemente difícil, para o espectador, aceitar Ryan Reynolds como um patrulheiro espacial que, graças a um anel presenteado por um alienígena moribundo, torna-se capaz de viajar pelo universo e de criar objetos a partir de energia verde enquanto veste um collant digital. No entanto, somos capazes de comprar estes absurdos na maior parte do tempo graças a um contrato psicológico que firmamos com cada filme: o da suspensão da descrença. Basicamente, nos dispomos a aceitar os absurdos atirados em nossa direção a fim de que sejamos capazes de mergulhar na história - mas pedimos, em troca, que as produções mantenham seus artifícios intactos para que nada nos traga de volta à realidade durante a experiência.
E é por isso, por exemplo, que somos imediatamente atirados para fora da narrativa quando vemos o boom (microfone) no alto da tela, já que este é o equivalente de receber um tapa no rosto e ouvir um grito de "Isto é só um filme, idiota!". (A propósito: em 99% das vezes que isto acontece, o erro é do projecionista; reclame com o gerente da sala para que a janela de projeção seja ajustada corretamente e o boom fique fora de quadro.)
Agora imaginem ouvir Bill Murray abrindo a boca apenas para ouvirmos a voz de Wesley Snipes. Que é a mesma de Will Smith. Que é idêntica à de Kevin Spacey. Que também sai da garganta de Samuel L. Jackson. Que a divide com Danny Glover, Alfred Molina, Ed Harris e Denzel Washington. (No caso, todos dublados por Márcio Simões.) Ou o que dizer da experiência de ouvir Bruce Willis se comunicando com a mesma voz durante anos apenas para, subitamente, descobri-lo com um som completamente diferente a partir de 2006, quando seu dublador oficial (Newton da Matta) faleceu?
Mais: confesso ter mais facilidade em aceitar Schwarzenegger matando 270 pessoas com um único tiro do que ouvi-lo soltando um "Seu filho da mãe!", um "Ora, bolas!" ou mesmo um "Mermão" carioquíssimo enquanto pratica seu genocídio particular. Isto para não mencionar o fato óbvio de que as palavras que saem de sua boca são completamente destoantes de seus movimentos labiais, ressaltando de maneira inegável a irrealidade do que está ocorrendo na tela. Aliás, este é um "detalhe" (e coloco entre aspas por ser tudo, menos um "detalhe") tão importante que os animadores dedicam centenas de horas de trabalho cuidadoso à ilustração de cada fonema empregado pelos dubladores de seus personagens - justamente para que, mesmo acompanhando as aventuras de um panda ninja, não questionemos por que seus lábios não seguem os sons emitidos por sua boca.
E a dublagem em outra língua diferente da original simplesmente mata este esforço e dificulta exponencialmente a tão importante suspensão da descrença.


3) O trabalho do ator:
Atuar é criar um personagem. Isto envolve um profundo trabalho de composição e estudo envolvendo meses de pesquisas, ensaios, laboratórios e tentativas para que o intérprete descubra não só a psicologia de seu personagem, mas também a maneira com que este se move, gesticula e... fala. Ouçam, por exemplo, o registro rígido, duro, da voz de Meryl Streep em Dúvida e comparem-no à leveza de sua expressão vocal em Mamma Mia! ou ao pedantismo escutado em O Diabo Veste Prada. Tentem dissociar o professor Snape da dicção venenosa, estudada, calculada, empregada por Alan Rickman na série Harry Potter. Percebam como Sean Penn, em Milk, exibe uma afetação milimetricamente estudada em seus diálogos, ocultando-a quando seu personagem quer passar uma imagem mais séria para a mídia e o eleitorado. Assista ao clímax de Coração Satânico e tente ignorar a rouquidão desesperada de Mickey Rourke.
Agora ouça as versões dubladas e perceba a disparidade provocada pela diferença entre os meses dedicados pelos atores originais aos seus personagens e as poucas horas (se muito!) que os dubladores brasileiros tiveram para gravar seus diálogos.  
Se ainda assim você mantiver que a dublagem não deturpa a obra, então não precisa de um otorrino, mas de um psiquiatra.
Aceitar a dublagem é aceitar pegar todo o trabalho de composição de um ator, selecionar uma parte fundamental deste e atirá-la fora, substituindo-a por um elemento criado sem estudo, sem cuidado e com pressa. É dizer que não há problema em se alterar as cores de Lição de Anatomia, de Rembrandt, ou de O Grito, de Munch, desde que os "desenhos" sejam mantidos na íntegra. Ora, nenhuma forma de arte seria submetida a uma deturpação destas - e perceber que algo assim é visto com naturalidade no Cinema é uma prova inconteste da persistente falta de prestígio e respeito que a Sétima Arte enfrenta desde seus primórdios.
É por esta razão, também, que considero as dublagens de animações como algo um pouco mais fácil de aceitar: afinal, ali estamos substituindo todo o trabalho de um ator pelo de outro. Sim, na maior parte das vezes o cuidado na composição não é o mesmo (Luciano Huck gravou todo o seu péssimo trabalho em Enrolados em apenas 4 ou 5 horas), mas ao menos não temos um resultado digno do monstro de Frankenstein. (Sim, ainda há a questão dos movimentos labiais, mas considerando toda a artificialidade da própria técnica, que foge do realismo, é um problema menor.) Já aceitar a dublagem em produções com atores de carne-e-osso (live action) é, por todas as razões descritas acima, algo que considero inadmissível em alguém que realmente ama Cinema.
E aí mantenho o que já escrevi neste blog e no twitter tantas vezes: você pode até gostar de ver filmes, mas se defende a dublagem - sinto muito -, não pode afirmar que ama a Sétima Arte. Uma coisa é precisar do áudio alternativo (como no caso de crianças pequenas ou de indivíduos com problemas visuais); outra é dizer que o prefere. Se prefere, má notícia: você não apenas não ama o Cinema como ainda o prejudica.
Ir ao cinema para ver um filme em tela grande é um gesto de amor ao Cinema. E perceber que as distribuidoras brasileiras querem afastar este público das salas é algo deprimente - e pior: contando, em seu crime contra a Sétima Arte, com a complacência do público. A ideia é simples: "lancemos muitas cópias dubladas; eles podem até não gostar, mas pagarão o ingresso assim mesmo". A saída? Quando a cópia for dublada, boicote o filme. Busque a versão legendada ou espere pelo DVD/Blu-ray. Acredite: conferir a cópia dublada é o mesmo que comer carne estragada apenas para dizer que foi a um churrasco.

Diga "não" à dublagem nos cinemas. A Sétima Arte merece seu apoio.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Consciência Artificial - O Próximo Passo da Informática


Pesquisadores da University College London, em Londres, ensinaram um computador a jogar Civilization, a partir do manual de instruções.

O game de estratégia não foi dominado pelo "computador inteligente", mas foi aprendido de forma eficiente. A taxa de vitórias da máquina aumentou de 46% para 79% em pouco tempo. Mas como isto foi possível?

A coisa começou do zero e logo foi evoluindo bem a partir de uma programação realizada pelos pesquisadores. O computador simplesmente pesquisava termos sobre a jogabilidade no manual de instruções e ligava com ações dentro do jogo a partir de algoritmos específicos.

Inicialmente, os atos do computador dentro do jogo foram completamente aleatórios, mas logo as coisas começaram a fazer sentido, quando as palavras apareciam na tela e eram utilizadas a partir de instruções.

Mas há algo curioso nessa história. Se você parar pra pensar: o computador venceu partidas contra... o computador? TIME PARADOX.

Comece a contar os dias para o fim do mundo, HAL-9000, John Connor, Cylons, entre outros.


Falando sério, é um passo grandioso para a informática. É o primeiro registro da inteligência artificial de uma máquina realizando uma ação totalmente autônoma, sem scripts, sem programação; o computador de fato aprendeu de maneira "consciente". Ainda a passos lentos, a inteligência artificial um dia poderá ser tão comum na vida das pessoas que não nos surpreenderemos se ao chegar em casa diremos boa noite ao computador da casa e ele nos responda de maneira consciente, conversando. Poderemos pedi-lo para acender as luzes, ligar o som e programar o horário de um programa na TV. O computador de fato terá o controle da casa. No setor automobilístico temos atualmente carros que se guiam sozinhos por meio de GPS e trilhas eletromagnéticas, mas logo o computador de bordo será consciente, inclusive fazendo sugestões ao motorista.
Esse é o futuro, minha gente.
Agora John Connor terá que voltar do futuro para nos salvar logo logo. uhauhauhauha.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sensura Desmedida ou Proteção aos Mais Frágeis? A Polêmica de A Serbian Film - Terror Sem Limites


A polêmica persegue "A Serbian Film - Terror Sem Limites" há tempos. Exibido com estrondo em festivais internacionais, proibido na Espanha, banido da Noruega e picotado pela censura britânica, tem provocado burburinho onde quer que chegue. No Brasil, não foi diferente: a pedido do patrocinador, saiu na semana passada da programação do festival RioFan. Depois, teve sua pré-estreia proibida por uma juíza no sábado passado (23 de julho). Não só isso: a única cópia do filme em película está apreendida, nas mãos da Justiça do Rio.

"Serbian Film" não é uma produção qualquer. Conta a história de um ex-ator pornô que sai da aposentadoria para um último trabalho, bem remunerado, com a promessa de transformar pornografia em arte. Mas, nas mãos de um diretor enlouquecido, a tarefa vira um show de horrores – tortura e violência dão o tom, mas a gota d'água para muitos é o estupro de um recém-nascido.

O diretor sérvio Srdjan Spasojevic, 35 anos, reagiu com um misto de desapontamento e resignação ao rumo do caso no Brasil. "É muito difícil para mim. Acho extremamente estúpido, idiota e está ficando muito, muito, chato", disse, referindo-se à rotina de proibições enfrentada pelo filme.

Spasojevic afirma que o filme tem caráter "alegórico e político". Ele e o roteirista Aleksandar Radivojevic pretendiam "fazer apenas uma crítica à sociedade e às atrocidades enfrentadas pela Sérvia em sua história recente".

"Queríamos mostrar com honestidade sentimentos profundos sobre a nossa região e o mundo em geral. Na vida real, sentimos que nosso dia-a-dia é tratado como pornografia. O personagem do ator pornô é uma metáfora para qualquer trabalhador explorado por seus chefes ou pelos governantes do sistema – cantor, padeiro, seja o que for."

Segundo ele, não havia a intenção premeditada de chocar nem de fazer um filme de terror – considera "Serbian Film" um "thriller dramático". "Sabíamos que tínhamos um filme forte, mas filmar era mais importante, sem pensar no público ou na bilheteria."

Sobre as inúmeras cenas violentas, Spasojevic defende-se: "Não é um documentário e nem quero concorrer a presidente, mas precisava tratar do que sinto ao meu redor e do que vivi, especialmente nos Bálcãs, com as guerras na Iugoslávia, o bombardeio da OTAN... Não é nada inspirador para coisas bonitas."

Até mesmo o envolvimento de crianças e o alardeado estupro do récem-nascido, diz, são "desenhos" de seus sentimentos. "Considero muito, muito importante. É quase como dar um testemunho do que aconteceu comigo. Não fisicamente, mas do quão profundamente os sentimentos humanos podem ser violados - e colocar o público nesses lugares."

Para o cineasta, não é um filme para quem busca diversão: "Se você procura uma comédia romântica ou algo só para entretenimento, não veja. É uma lembrança das coisas ruins que acontecem ao nosso redor".

Depois de ter sido vetado do festival RioFan, festival de cinema fantástico do Rio ocorrido na semana passada, "A Serbian Film" iria ser exibido em uma sessão especial em outro cinema, o Odeon, na noite de sábado (23). Mas na véspera, Raffaele Petrini, responsável pela distribuição do longa no Brasil, foi informado que um advogado do DEM e um oficial de justiça estavam na porta de sua sala para apreender os negativos.

A dupla executava liminar de uma ação civil pública expedida pela 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio. O processo havia sido ajuizado pelo escritório regional do DEM, segundo o qual o filme faria "verdadeira apologia à prática de crimes contra as crianças" e "fomento à pedofilia".

Em seu despacho, a juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard afirma que "não se pode admitir que, em favor da liberdade de expressão, um pretenso manifesto político exponha de tal forma a degradação do ser humano a ponto de violar um recém-nascido".

O advogado do DEM carioca, Victor Travancas, afirmou que, por conta do tempo hábil para elaborar o processo e impedir a exibição, não assistiu a " Serbian Film" - assim como a juíza.

"Não se viu o filme e nem precisava", disse César Maia, ex-prefeito do Rio e integrante do DEM. Segundo ele, foi feita uma "varredura" na imprensa nacional e estrangeira. O material foi compilado pelo partido e entregue à magistrada, que concedeu a liminar. "Um filme que mostra cenas de horror sexual está claramente proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 241. Quem proíbe é a lei em defesa da família e de seus valores."

Na opinião de Raffaele Petrini, o caso abre um precedente em relação à liberdade de expressão no país. "Já tinha se tornado um ato de protesto, mais do que uma exibição comercial de um filminho de terror. Hoje é isso, depois pode ser uma peça, um livro." Ele criticou o fato de os envolvidos não terem assistido a "Serbian Film". "É um ato de estupidez intelectual. Ninguém sai falando mal de alguma coisa que não viu."

O distribuidor de "A Serbian Film" afirma que nenhuma criança foi exposta à violência durante as filmagens – o recém-nascido seria um robô e o restante das cenas de violência, resultado de truques de edição e efeitos especiais.

A Petrini Filmes vai recorrer da decisão para tentar a liberação de "A Serbian Film" no Rio de Janeiro, embora o filme já tenha recebido a classificação etária de 18 anos do Ministério da Justiça, que não pode proibir uma produção ou exigir cortes.

A data de estreia, inicialmente prevista para o dia 5 de agosto, foi alterada para 26 de agosto. Até lá, diz Petrini, a distribuidora pretende rever contatos com os cinemas interessados em exibir o longa e refazer a estratégia, se concentrando, por exemplo, em sessões especiais noturnas.

O trailer pode ser conferido no youtube

sábado, 18 de junho de 2011

Vejam só.

Um sinal de trânsito muda em média a cada 30 segundos (trinta segundos no vermelho e trinta no verde). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para pedir a 5 motoristas e receber pelo menos de dois deles R$ 0,20 e faturar em media pelo menos R$ 0,40 o que numa hora dará: 60 x 0,40 = R$24,00. Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá faturado: 25 x 8 x R$ 24,00 = R$ 4.800,00. Será que isso é uma conta maluca? Bom, 24 reais por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem doa nunca dá somente 20 centavos e sim 30, 50 e às vezes até 1 Real. Mas, tudo bem, se ele faturar a metade: R$ 12,00 por hora terá R$ 2.400,00 no final do mês.Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de R$1,00 (o que não é raro), ele pode até descansar tranqüilo debaixo de uma árvore por mais 9 viradas do sinal de trânsito, sem nenhum chefe para lhe censurar por causa disto. Mas considerando que é teoria, vamos ao mundo real. De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmolas, e que sempre vejo trocar seus rendimentos numa conceituada padaria. Então lhe perguntei quanto ela faturava por dia. Imaginem o que ela respondeu? É isso mesmo, de 120 a 150 reais em média o que dá (25 dias por mês) x 120 = 3.000 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia. Moral da História : É melhor ser mendigo do que PROFESSOR, e pelo visto, professor, é pior que ser Mendigo... Mendigando não se paga imposto de renda, não se faz diário, não se mendiga no abrigo, não se faz relatório ou portfólio.
É claro que ninguém deseja viver marginalizado. Mas e a marginalização do profissional do magistério? Hoje o professor está alheio a todas às suas forças produtivas, mais marginalizado que isso impossível.
Viva a Matemática.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Indicados ao Oscar 2011


Acompanhar o Oscar às vezes é torcer por filmes que ainda não estrearam ou mesmo os que já chegaram mas não tiveram o ar da graça em Formosa, porque aqui só passa blockbuster dublado. Ou seja, o Oscar aqui é para quem gosta de cinema de verdade e só pode apreciar à maioria dos filmes após a premiação, com o lançamento em DVD ou TV por assinatura.

Os indicados ao Oscar 2011 foram divulgados na manhã desta terça-feira (25), em apresentação transmitida ao vivo pelo site oficial da premiação. O anúncio foi feito pelo presidente da Academia de Hollywood, Tom Sherak, e pela atriz Mo'Nique.

Como acompanhei o Globo de Ouro, no domingo, dia 16 de janeiro, não fiquei surpreso com nenhuma indicação, sinto apenas pela ausência de Cristopher Nolan (diretor de Batman - O Cavaleiro das Trevas; Amnésia; O Grande Truque) que dirige A Origem. Acredito que a academia tenha mais uma vez ignorado um diretor só por ser agora um ícone mais pop do cinema e jovem diretor, tal qual Quentin Tarantino; pois seu filme foi indicado. Pisada de bola na seleção.

Seguem os indicados a melhor filme.

Melhor filme

“Cisne Negro”
“O Vencedor”
“A Origem”
“Minhas Mães e Meu Pai’’
“O Discurso do Rei”
“127 Horas”
“A Rede Social”
“Toy Story 3”
“Bravura Indômita”
“Inverno da Alma”


Ao longo dos dias que antecedem à cerimônia, tentarei fazer aqui no Universo Cult uma análise de vencedores de cada categoria em diversas épocas.

Um abraço a todos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Governador de Goiás é Inimigo do Servidor Público




A decisão do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiás, Ari Ferreira de Queiroz, publicada na quarta-feira (19), determina que quatro concursos realizados pelo governo de Goiás no ano passado sejam anulados.

Dessa maneira, aprovados nos concursos para a Secretaria de Saúde, Corpo de Bombeiros, Polícia Técnico-Científica e Secretaria de Cidadania e Trabalho não poderão tomar posse, mesmo que já tenham encaminhados toda a documentação para tal. Há aprovados que deixaram seus empregos na espera da convocação e agora se sentem lesados.
Ações como essa só reiteram o modelo neoliberal de governo de Marconi Perillo. E isso é só o começo, as áreas da saúde, educação e segurança já sofrem com salários atrasados, planos de cargos e salários desafasados ou nunca aprovados.

Retrato de que o governador já dá sinais em início de mandato de que prioriza o serviço privado em detrimento da atividade pública, a situação so servidor em Goiás tende a piorar. A questão da meritocracia na educação, inclusive, joga os professores contra a parede na questão salarial.
É hora de começarmos a mobilizar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Big Brother Brasil - BBB


Mais uma vez somos bombardeados por uma temporada de pura demonstração de voyer, mal gosto e mentalidade pobre com uma edição de Big Brother Brasil. A Rede Glogo de tevelisão prova mais uma vez que fórmulas gastas que apelam para o populixo valem mais que responsabilidade social. Sim, responsabilidade social não é apenas anunciar campanha de arrecadação para as vítimas de enchentes, Criança Esperança ou qualquer outra maneira de aplacar o leão do imposto de renda com projetos "sociais". Uma emissora de TV tem muita responsabilidade social quando é forte formadora de opinião.
E nesse papel, a Globo prova que prefere manter seus telespectadores como zumbis sem opinião. Ou melhor, declarando verborragicamente suas opiniões à respeito do mais baixo senso comum. Não me entendam mal, gosto de Reality Shows; mas Big Brother ou A Fazenda são um verdadeiro estupro à inteligência.
Já está na hora de mudar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada



Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada, As (2010)
Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader, The


Direção: Michael Apted
Roteiro: Stephen McFeely,Christopher Markus,Michael Petroni
Elenco: Will Poulter (Eustace Scrubb), Liam Neeson (Aslan - voz), Ben Barnes, Georgie Henley, Skandar Keynes, William Moseley (Peter Pevensie), Anna Popplewell (Susan Pevensie), Tilda Swinton (Bruxa Branca do Inverno)


Remando contra a enorme maré de admiradores de As Crônicas de Nárnia, nunca escondi minha humilde opinião sobre um filme que é raso e apenas regular. Porém, essa última empreitada dos irmãos Pevensie na terra encantada é bem pior que os antecessores.

O navio Peregrino da Alvorada é a condução de Lúcia e Edmundo que tentam ajudar a localizar sete lordes banidos do reino de Nárnia, sem muita explicação aparente e com um resgate que está na história apenas como enfeite. Com um roteiro canhestro em mãos, o diretor Michael Apted resume seu filme em deslocar os personagens do ponto x ao ponto y com uma estrutura digna de um RPG, de um jogo para computador com elementos superficiais. O roteiro ainda tem diálogos sofríveis como: “- Eles são os irmãos mais velhos, Lúcia; e nós somos... (tcham, tcham, tcham, tcham!)... os irmãos mais novos.”

Mas se o roteiro sobrevivesse por força das cenas bem trabalhadas, teríamos ao menos um filme-pipoca, mas em vez disso temos um filme muito chato. As cenas de ação são vergonhosas, os quadros rápidos e coreografias pouco interessantes das lutas tornam a experiência desse filme uma agonia. Nunca temos a real impressão de ameaça nas lutas. Ninguém parece realmente se ferir nas batalhas, o que confere um ar de artificialidade incorrigível. E os puristas de plantão nem se podem dar ao direito de dizer que se trata de um filme para crianças. Há várias maneiras de um filme transmitir emoção sem violência explícita. Assistam ao longa A História Sem Fim (o original de 1984) e percebam o quanto os personagens são mais ricos, a ponto de nos comovermos com muitos acontecimentos e muitos personagens; num universo claramente infantil, mas não pueril. O fato é que A Viagem do Peregrino da Alvorada sofre do mesmo problema do primeiro filme, nunca conferir real identidade de perigo nas cenas de batalha, ou pelo menos a dor e tristeza de ser forçado a participar de tais lutas, afinal, eles são crianças.

Criaturas interessantes do universo de Nárnia são deixadas ao ostracismo simplesmente. Nenhum diálogo torna os personagens mais profundos, são apenas seres estáticos tal qual o quadro antes do “fenômeno” no quarto dos garotos. Lúcia é a garota sonhadora e pura que deseja se tornar tão bela quanto a irmã mais velha, Edmundo é o rapaz destemido e às vezes inconseqüente que deseja superar... a imagem do irmão mais velho; finalmente Eustáquio é o personagem de linhagem cômica responsável por umas gags sem muito sucesso com seu estilo incrédulo e irritante. Resumindo: temos uma galeria de estereótipos nesse filme. E não param por aí. Temos o personagem salvador, o príncipe honrado, o animalzinho que faz par cômico, etc.

Algo que realmente me deixou triste nessa sequencia é que eu esperava pelo menos uma fotografia interessante e uma direção de arte digna de nota ( elementos primordiais nesse tipo de produção). A fotografia é bastante ruim. O tom quase sépia em alguns ambientes terrestres não é nada bonito e a iluminação em cenas noturnas desaponta. Os cenários não possuem vida o que marca uma direção de arte capenga, sem qualquer inspiração. Após o filme o cenário que mais nos fica na lembrança é o mar Vermelho... cof, cof... mar de Aslon que nem é original. Nem mesmo o barco que dá nome ao título recebeu um tratamento digno de nota.

Desinteressante em muitos aspectos, As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada apenas é competente nos efeitos especiais, conferindo certa naturalidade aos seres mitológicos que dificilmente se vê em alguns estúdios, além do tratamento de algumas cenas. No entanto, com tropeços desastrosos no roteiro e na direção, o filme é passável. O roteiro parece incluir elementos do livro somente para agradar aos leitores, como os seres invisíveis que obrigam Lúcia a tentar desfazer o feitiço. Quando ela consegue, eles simplesmente vão embora, sem mais nem menos. Não conhecemos suas intenções, o passado deles, a relação com o mago, nada! Só estão de passagem. Numa redação chamamos isso de encher lingüiça. O que o filme faz a torto e direito. Como Aslon é alguém com nome diferente no nosso mundo (sim ele é o salvador), começo a suspeitar que somente Deus e um pouquinho de fantasia podem ocultar o terror do nazismo aos olhares das crianças, numa viés altamente cristã. Não li nenhum dos livros de Lewis, mas me parece que o universo paralelo criado por ele serve não apenas como válvula de escape como também catequização. Afinal, só Aslon salva.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Golimar - A Pior Tosqueira da Índia



Diretamente da Índia um cover sensacional de Michael Jackson, claro, com muita licença poética. Delirei no vídeo, a produção é fantástica e o cantor é um ícone do cenário musica.
Vale a pena... pensar duas vezes em não comer um homicídio.
O cúmulo da podridão.
Divirtam-se.

O Hobbit - Produção digna de nota



Em 2011 O Senhor dos Anéis completa dez anos de lançamento. Parece que foi ontem que fui assistir ao filme no Cine Premier (naquela época o cinema de Formosa era excelente, com filmes lançados simultaneamente com o calendário nacional, com cópias legendadas e de ótima qualidade de som e imagem). E já está em fase de pré-produção O Hobbit, prequel da trilogia.

Ontem o site Cinema em Cena confirmou a participação de Christopher Lee de volta no papel de Saruman. Assim como O Senhor dos Anéis, esse filme é responsável pelas maiores tentativas de criogenia até seu lançamento em 2012 (brincadeirinha).
O fato é que as notícias sobre a obra que precede a história contada nos livros e filmes da famosa trilogia causam grande espectativa. Felizmente a produção parece seguir para um resultado mais que satisfatório.

A MGM e a Warner Bros. finalizaram um acordo que dará à WB os direitos de distribuição mundial de O Hobbit nos cinemas e em DVD/Blu-ray. À MGM sobraram os direitos de exibição na TV fora dos EUA, depois que os dois filmes já tiverem completado seu ciclo nas telonas.
Originalmente, a WB ficaria com o lançamento nos cinemas dos EUA e a MGM cuidaria da distribuição nos demais países. Com o rearranjo, a WB (que está bancando a maior parte dos US$ 500 milhões de custo dos dois filmes) deve ficar também com uma fatia mais grossa dos rendimentos.

Como a MGM ainda está saindo do seu processo de falência, um dos planos dos novos gestores é que, inicialmente, o estúdio se reestabeleça como produtor de conteúdo, terceirizando a distribuição de seus filmes. É o que acontece agora com O Hobbit.

O que me deixa mais contente com essa nova empreitada foi o talento e respeito de Peter Jackson em fazer retornar grande parte do elenco original de O Senhor dos Anéis. Além de Christopher Lee; Kate Blanchett retorna como Galadriel; Andy serkins, o Gollun, também terá participação; Orlando Bloom promete desferir mais setas com seu arco no papel de Legolas; Hugo Weaving será Elrond; e para delírio geral de todos os amantes de trilhas sonoras o maestro Howard Shore comporá novamente as mais belas músicas que a Terra Média pode nos trazer aos ouvidos.

Peter Jackson dirige a partir do roteiro que ele escreveu com Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro; este último, para quem não se lembra, co-escreveu e dirigiu o maravilhoso O Labirinto do Fauno. O primeiro O Hobbit estreia em dezembro de 2012 e o segundo em dezembro de 2013.
Até lá vou procurar um laboratório de criogenia para suportar a ansiedade.

Top 10 no basquete.



Adoro basquete, infelizmente o Chicago Bulls (time do coração) não vai tão bem na temporada. Ainda assim é muito bom acompanhar a NBA. Para aqules que admiram o esporte, aqui vai o top 10 dos melhores jogadores em enterradas numa demonstração de Slum Dunks.
Divirtam-se!

Deputado Tatico está há seis meses sem trabalhar




Desde o dia 13 de julho, o parlamentar do PTB de Goiás não aparece na Câmara. Nesse período, ele custou mais de R$ 500 mil ao contribuinte. Tatico é o primeiro político brasileiro condenado à prisão pelo STF, mas ainda não está cumprindo a pena.

Decretada pelo presidente Getúlio Vargas em 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regulamenta as relações individuais e coletivas de trabalho. Nela, estão previstas, entre outras regras, o que acontece quando um funcionário falta ao emprego. Professores, por exemplo, têm o número de aulas que faltaram descontadas do salário. Se for servidor público, pode ser demitido se não comparecer ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos sem justificativa.

O cidadão comum está submetido a essas regras. Porém, o que está escrito há 67 anos na legislação brasileira não serve para alguns parlamentares. José Fuscaldi, o Tatico (PTB-GO), deputado federal no fim do segundo mandato, não aparece para trabalhar na Câmara desde 13 de julho do ano passado. De lá pra cá, foram 61 sessões deliberativas em que ele esteve ausente. Apenas 12 delas foram justificadas. Dessas, 11 justificadas como “atendimento a obrigação político-partidária”. Mesmo assim, Tatico custou nesse período cerca de R$ 550 mil aos cofres públicos.

Fonte: UOL - http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=35782